Obras essencias de Eugene Odum:
• Fundamentals of Ecology
• Modelar Ecological (Odum 1960a);
• Engenharia Ecological (Odum e outros. 1963);
• Economia Ecological (Odum 1971);
• Ecology Estuarine (Odum e Hoskins 1958);
• Ecology tropical dos ecosystems (Odum e Pidgeon 1970);
• Teoria geral dos sistemas.
Odum escreveu também sobre ecologia da radiação, ecologia dos sistemas, ciência unificada, e microcosmos. Era um dos primeiros a discutir o uso dos ecossistemas para vida-suporte na função do curso de espaço.
Alguns sugeriram que Odum era tecnocrata na sua orientação, quando outros acreditavam que tomava o partido daqueles a que se chama para “valores novos.”
Em 1950 Odum deu uma definição para a história da ecologia como o estudo de entidades grandes (os ecossistemas) “no nível natural da integração” (em seu Ph.D. ou Tese). Daqui, no papel tradicional de um ecólogo, um dos alvos doutorais de Odum foi reconhecer e classificar entidades cíclicas grandes (ecossistemas). Entretanto outros de seus alvos eram fazer generalizações preditivas sobre ecossistemas, tais como o mundo inteiro por exemplo. Para Odum, como uma entidade grande, o mundo constitui um ciclo contínuo revolvendo com elevada estabilidade. Era a presença da estabilidade que, Odum acreditava, permitia lhe falar sobre o funcionamento de tais sistemas. Além disso, na altura de escrever sua tese, Odum sentiu que o princípio de seleção natural era mais do que empírico, porque teve uma lógica, oriunda de “um componente do tempo excedente da estabilidade”. E como um ecólogo interessado no comportamento e na função do tempo excedente das entidades grandes, Odum procurou consequentemente dar uma indicação mais geral da seleção natural, de modo que fosse ingualmente aplicável às entidades grandes; porque eram as entidades pequenas já estudadas na biologia tradicional.
Daí Odum teve também o alvo de estender o espaço e a generalidade da seleção natural, para incluir entidades grandes tais como o mundo. Esta extensão confiou na definição da entidade como uma combinação das propriedades que têm alguma estabilidade com tempo. A aproximação de Odum estimulou sobre a evolução energética. Odum é na atualidade uma das referências essenciais no estudo da ecologia e das integrações ambientais.
E N t r e V I S t A
Tradução da entrevista efectuada por Daniel Edelstein a Eugene Odum, publicada em 27 de Outubro de 2000 em BioMedNet (www.bmn.com)
Daniel Edelstein (DE) – Como se descreve a si próprio?
Eugene Odum (EO) – Sou um ávido ecologista e ambientalista
DE – O que é que em primeiro lugar o inspirou para se dedicar ao seu campo de trabalho?
EO – Na pequena cidade onde cresci podia-se sair de casa e entrar imediatamente na floresta. Assim, em criança, interessei-me por aves. Inspirava-me identificá-las e estudar os seus cantos e chamamentos. Depois de conhecer todas as aves, passei a questionar-me sobre o ambiente em que viviam. A ecologia da paisagem em que viviam intrigava-me.
DE – Porque pensa que fez tantos avanços durante a sua carreira?
EO – Porque fui capaz de ver os sistemas numa perspectiva “do todo”, em vez de ver só as partes. Olhei para as grandes questões juntando todas as peças do “puzzle”.
DE – O que é que gosta acerca do seu trabalho?
EO – Não é unicamente excitante explorar o mundo. É bom ter a sensação de contribuir um pouco para esse mundo, sendo um professor, educando.
DE – O que é que não gosta no seu campo de pesquisa?
EO – Arranjar financiamento é actualmente difícil. Um dos aspectos mais duros na minha profissão é ter de escrever propostas para receber dinheiro para a investigação.
DE – Há aspectos que alteraria?
EO – Não mudaria nada!
DE – Qual foi a sua primeira experiência científica?
EO- Foi o estudo da ecologia de uma parcela de terreno depois de ser fertilizada, observando as consequentes alterações.
DE – Quais foram os resultados da sua primeira experiência?
EO – Bons!
DE – Como é que essa experiência aumentou a sua maturidade como cientista?
EO – Ensinou-me que para verificar se algo é verdade, tem que se fazer um bom teste. Aprendi que não podia aceitar a teoria simplesmente, mas que tinha que testá-la.
DE – Como eram os seus professores de ciências no liceu?
EO – Tive um professor de física que era bastante exigente.
DE – Isso inspirou-o?
EO – Sim, no sentido de que aprendi que nada se consegue facilmente.
DE - Qual é o seu maior motivo de orgulho?
EO – Os livros que publiquei, incluindo “Fundamentos de Ecologia”, que originalmente não tinha mercado porque nessa época não havia cursos de ecologia. As coisa mudaram, claro, e o meu livro ainda é utilizado.
DE – Qual é o seu conselho para um jovem cientista?
EO – Seja o que for que te dá prazer fazer, vai em frente e fá-lo. Faz aquilo que te inspirar.
DE – Em que áreas pensa que precise, você próprio, de conselhos?
EO – Em trabalhar arduamente e aceitar desafios.
DE – O que seria se não fosse cientista?
EO – Seria canalizador.
DE – Porquê?
EO – Eu era tímido quando era jovem, e gostava de saber como é que as coisas funcionavam em conjunto. Tal como na ecologia, notando como as coisas interagem.
DE – Qual o cientista da História que gostava de conhecer?
EO – Aldo Leopold, o ecologista e escritor.
DE – O que lhe perguntaria?
EO – Perguntar-lhe-ia porque é que ele não publicou mais livros, incluindo um estritamente dedicado à ética da terra, desenvolvendo este tema para além das suas ideias iniciais expressas em “The Sand County Almanac”.
DE – Qual o cientista vivo que mais admira?
EO – Lynn Margulis, professor da Universidade de Massachusets.
DE – Qual foi a maior descoberta científica no século XX?
EO – A estrutura do DNA.
DE – Porque essa?
EO – Porque abriu novas oportunidades para muitos campos de investigação e porque levantou novas perguntas sobre a questão de até onde queremos “brincar a ser Deus”, digamos assim.
DE – Quais serão as grandes descobertas deste século?
EO – A maneira de desenvolver uma fonte de energia renovável que passe a integrar o nosso programa energético.
DE – Quais os objectivos de investigação que os cientistas devem impor a si próprios?
EO – Manterem-se focados e serem persistentes.
DE – Como é que a Internet influenciou o que faz para além de lhe proporcionar o e-mail?
EO – Não usei muito a Internet, mas um livro em que estou a trabalhar pode vir a ser publicado “on-line” e vendido através da Internet.
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