instituto projetos ambientais, em revista

Estruturando um novo projeto ambiental



              Quando se reune em grupos ou mesmo na elaboração de uma ideia própria para ser levada ao grupo, é sempre ponto de partida para um novo projeto ambiental, a realidade que está ao nosso entorno, à nossa volta. A percepção dessa realidade - seja urbana, rural, industrial, florestal, hídrica, jurídica, humana, social, outra, ou ainda integrando temas do meio ambiente - pode se fortalecer como forte referência para a construção de projetos ambientais.

Na  formação de um grupo ou reunindo-se com mais um profissional, é relevante explicitar todos os seus pontos de vista sobre o tema ambiental que deseja objetivar em um novo projeto.
Anotar os pontos de convergência ou de divergência com outros profissionais - é muito importante colocar no papel desde as primeiras ideias. Também vale entender e aceitar que sobre o meio ambiente - o objetivo geral é favorecer sua conservação e proteção. Integrando a esta paisagem de conservação o ecossistema humano, a qualidade de vida das pessoas, o lazer, a biodiversidade e os elementos lúdicos e inspiradores que a natureza oferece; tanto quanto - a sustentação da vida pela substância água. A água é um elemento que permeia os projetos ambientais numa visão sistêmica do mundo.

Por exemplo, a equipe escolhe uma área e coloca como meta desmatar para produzir soja, se o objetivo é um projeto ambiental então se deve preservar as áreas de vegetação acima da mínima, as nascentes, ampliar os limites de vegetação nas nascentes para aumentar a produção de água, adotar as referências legais, habilitar o projeto junto ao órgão ambiental (s), consultar especialistas. Ao invés de projetar a lavoura de soja sem nenhum critério, usando ao máximo a área, indo até a margem do rio ou prejudicando a vegetação de entorno das nascentes. Neste caso não se tem um projeto ambiental, mas sim ausência de um projeto ambiental, indo para a classificação criminal. Aliás, elaborar projetos ambientais é uma deficiência da maioria dos cursos nas universidade brasileiras. Existem poucos profissionais de ponta, e existem profissionais que sequer sabem a definição de meio ambiente. Logo, é preciso estar ciente de que o projeto que se está elaborando é ambiental - em outro caso, poderá ser econômico, estrutural, industrial - menos ambiental. A atualidade remete também aos novos conceitos - o de que qualquer projeto deverá ser sustentado na questão ambiental e na disponibilidade futura de recursos naturais.

A partir disso, você deve alcançar um tema de projeto. Um tema sólido, que pode ser mensurado ou avaliado, analisado, percebido pela linguagem da literatura técnica em meio ambiente. Portanto, uma base mínima de conhecimentos deve estar contida no saber inerente do propositor do projeto ambiental.

Podem ser temas sociais - como o cooperativismo, a agricultura familiar, a educação ambiental ou - temas agrícolas, como a agricultura biológico-dinâmica, a preservação de áreas florestais em integração a produção de grãos, o setor sucro-alcooleiro ou ainda - temas ambientais próprios: como o gerenciamento de usos múltiplos dos recursos hídricos, a fauna do cerrado, a biodiversidade em ambientes aquáticos, os mercados de carbono, a legitimidade do direito ambiental em resposta as medidas de qualidade do solo, da água e do ar. Situando ainda, se o projeto está na esfera do planejamento ou do gerenciamento ambiental. Podendo os temas alcançarem - a gestão ambiental em empresas de papel e celulose, ou outras, a certificação como instrumento de garantia de avaliação de impactos ambientais; existindo uma gama de tópicos de estudos que podem ser desenvolvidos a partir da experiência da região que se terá como base de estudo, a legislação e a combinação das vertentes - técnicas, políticas, comunitárias-sociais-culturais, científicas e temporais.

Estas vertentes são muito importantes para serem localizadas em um novo projeto ambiental.
Devem estar contidas na realidade do projeto e na estrutura metodológica do projeto.
Como serão contempladas e também os critérios que significarão suas respostas.

Outro ponto importante é ter como referências são as representações por - critérios e padrões da qualidade ambiental. Se você tem dúvidas comece sua pesquisa por este ponto: entender a diferença entre padrões e critérios de qualidade ambiental. Quais critérios serão usados no novo projetos, e quais os padrões legais vigentes para a área e de acordo com as vertentes abordadas.

Por estes pontos se poderá definir um objetivo para o projeto ambiental.
Outra definição está na área de estudo usada para o projeto. A equipe em consenso irá pesquisar ou aplicar um projeto ambiental na referência de:
- uma bacia hidrográfica;
- um trecho da bacia hidrográfica;
- pontualmente em um fragmento de vegetação;
- num município;
- numa região estratégica;
- em um empreendimento;
- numa área contígua de agricultura;
- na interface de um município com áreas ambientais ou agrícolas ou industriais;
- ou outras áreas.

É sempre importante integrar a referência de Bacia Hidrográfica. Ou seja o que significa ou significará seu novo projeto na escala da Bacia Hidrográfica. É consenso na literatura clássica, desde Odum em Ecologia até as leis brasileiras de recursos hídricos e de meio ambiente.

Portanto, fica mais fácil a partir destas etapas definir ou redefinir o objetivo ou objetivos.
Estes têm que estar bastante claros e diretos.

Para tanto, se pode iniciar a discussão de que critérios serão usados.
Como serão medidos, ou analisados, caminhando assim para uma estratégia metodológica.
Como serão levantados os dados, que tipos de dados, e como serão integrados.

Caminhos metodológicos estão na estatística, na geografia, na biologia, na engenharia, na geologia, na sociologia - necessariamente não se precisa iniciar com um mega projeto ambiental.
Comece pelo começo, por um ou dois critérios, desde que sejam bem consistentes e que atendam ao objetivo e vertentes estabelecidas.

Programas de suporte a decisão podem por exemplo - isto já pensando em alguma reposta ambiental do projeto, serem manipulados, como a análise multiobjetivo ou análise multicriterial.
Existem famílias de programas nestas classes citadas que estão disponíveis - no entanto devem ser pensandos desde o íncio do projeto, ainda na concepção do objetivo ou objetivos.
Outras formas de respostas estão na própria modelagem ambiental, usando-se a matemática aplicada ou, a estatística, análises de regressão.

Respostas podem também estar na construção de mapas e uso de cartas temáticas, como para  representar os diferentes usos do solo numa bacia hidrográfica. E aqui cabe citar o uso de Sistema de Informações Geográficas - SIGs.
Existe um aparato de tecnologias para cada caso de projeto ambiental, cada tema, cada integração de alvos ambientais na natureza.

Outros pontos importantes:

- as escalas que serão usadas para atender ao objetivo do projeto; em engenharia escala é igual ao desenho no papelo dividido pelo tamanho do desenho real; Esc.=D/R. Vale a pena começar a estudar por aí. Exemplo 1: no caso de qualidade de água, pode se ter escalas nanológicas - micro-escalas. Já que na água as partículas podem estar em tamanhos de micromêtros, ou ainda menores.
Exemplo 2: o deslocamento de uma onça pode ser da ordem de dezenas de quilômetros, então o alvo a ser integrado terá que ter um mapa de resolução melhor que o de uma região de bacia higrográfica.

- a questão temporal também deve estar no projeto - uma indústria vai produzir ou processar tal produto por 20, 50 anos. É importante contemplar no projeto desde a fase de projeto, instalação, até a desativação do empreedimento se for o caso. O que será feito como a área pós-usos, como ficará, quais impactos ambientais e como resolvê-los. O que isso quer dizer é que o projeto ambiental deve ter um delta T - um tempo. Também outras variações do tempo devem ser envolvidas num novo projeto, como variações em descargas de poluição, análise histórica da área pelo tempo ao que deseja implementar um novo projeto.

Estes pontos já são partida para um novo projeto ambiental.
Estamos aqui para alguma orientação.
Tendo uma ideia, uma área de referência, algum critério, escreva e, se quiser, nos mande para ampliar os pontos de vista e a qualidade do novo projeto.


PS: revistameioambiente@hotmail.com

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