instituto projetos ambientais, em revista

"No Coração do Lixo" (continuidade do documentário)



            A primeira parte do documentário "no coração do lixo" foi postada em Julho deste ano. Agora, nesta etapa apresentamos aos nossos leitores, outra parte, continuidade do documentário. O filme busca apresentar a realidade de pessoas que sobrevivem da reciclagem. Para isto, absorve da história de duas senhoras - Idelvanda e Sebastiana - a descoberta maior que não é apenas a de sobrevivência pela economia capital; existem buscas maiores pela realidade do lixo. Buscam-se formas (no plural) de sobrevivências. Talvez a mais inusitada seja a da própria inclusão social: criando seus próprios horários de trabalho; compreendendo uma satisfação em realizar um trabalho ambiental; e a integração com a sociedade em geral, a cada dia de trabalho (seja pela educação ou pelo debate ao preconceito). Existe uma linguagem própria entre os catadores de reciclagem e, também, uma individualidade nas buscas e valores que cada um desenvolve no próprio relacionamento com o lixo e a lixeira - que passam a ser seus de alguma forma. Buscar no lixo do outro 'o trabalho' é muito além do valor ambiental puro, mas sim um protesto às formas de excludência e à separação entre as pessoas pelo amor autoritário. Por outro lado, os donos do lixo e das lixeiras, no caso desta história, passam a respeitar o trabalho das duas senhoras, estão aprendendo a deixar separado o lixo reciclável e em muitas residências dialogam, conversam, ou mesmo pedem para os seus filhos levarem o lixo separado nas mãos delas.

Mas há ainda muito preconceito e orgulho - pois o lixo é tudo aquilo de que queremos nos livrar: nossos restos, nossos vícios, paixões, rancores, mágoas, dejetos, tudo aquilo que não nos serve mais.

Idelvanda trabalha a dez anos com reciclagem de resíduos e a Dona Sebastiana a mais de um ano. As duas são vizinhas e sustentam suas famílias com o lixo. Idelvanda cria cinco filhos. Sebastiana duas filhas. Fazem questão de trabalhar fora e manter a casa. No início do trabalho o carrinho vazio ainda é suportável, mas a medida que vai enchendo e o trânsito aumenta, chega a noite, o peso do lixo se torna imenso. A legalidade do trabalho de catadores de reciclagem depende de políticas públicas e o futuro incerto é uma séria responsabilidade dos governos. Um projeto ambiental emergente.

A continuidade na cadeia de reciclagem acima das duas senhoras, oscila preços nos valores de cada produto reciclável. Elas vivem à mercê dessa ilegalidade. Agora, o que não se paga mesmo, é o preconceito no dia-a-dia em cada coleta, muito maior que o peso de toneladas de lixo.

Separe o seu lixo não o seu coração!
Respeite os catadores e colabore.
A eles, e a Idelvanda e Sebastiana, dedicamos este filme.

Outro epílogo: A história da Prefeitura Ambiental


                A Prefeitura ambiental criou um novo projeto voltado diretamente a sua população, seus valores e sua cultura local, integrando-se a nova cultura ambiental ou para a Sustentabilidade (cont. post anterior):

- Criou o IPTU ecológico. A taxa por cada imóvel urbana foi estimulada à Sustentabilidade, onde valores (aqui hipóteticos) entre até 15% de descontos eram beneficados aos moradores com residência em área de terreno sem totalização da impermebialização. Também para quem tinha uma árvore na frente do imóvel (desconto de 5%); quem tinha calçada ecológica na frente de casa (mais 5%) (calçada ecológica: área na frente de casa onde parte não é impermeabilizada);

- Foram desenvolvidas áreas de lazer para integração da população - novos espaços verdes, com características próprias do bioma onde se localizava a cidade;

- o aumento de ciclovias foi grande - garantindo não só a opção por novas (velhas) formas de transportes - como a boa bicicleta, mas dando segurança aos usuários;

- foram formadas equipes sólidas e constituintes tecnicamente de um amplo projeto de planejamento ambiental urbano - novo plano diretor sustentável;

- estimuladas as construções alternativas - engenheiros foram convidados - a produzir novos materiais com usos incorporados de reaproveitamento - ideias de conforto ambiental para as residências - tanto no inverno como no verão; além do uso variado de bambus;

- foi criado um programa de controle da qualidade da água e estoques de produção incentivados com ganhos econômicos para fazendas e produtores rurais;

-  as empresas...........
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Envie sua ideia para a Prefeitura Ambiental!
Você já sabe o endereço - Rua dos Patriotas, todos os números!
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Valeu! revistameioambiente@hotmail.com

Fotos: Projetos Ambientais, 2009.

A Prefeitura Ambiental



     Uma cidade que tinha graves problemas com falta de água e também com a qualidade da água, revelou o seu sentimento ambiental na nova eleição que se organizava.

     Entre os candidatos a prefeito todos prometiam coisas assim:
- "Eu" vou fazer novas obras para gerar empregos a todos!
- "Eu" vou construir um novo hospital muito, muito, muito grande!
- "Eu" vou fazer uma estrada tão bonita que todos poderão ir aonde quiserem!
- "Eu" vou dar um dinheiro todo mês para cada família e fazer uma grande festa em cada feriado.

     O povo ouvia, ouvia, ouvia - eram muitas promessas e muitas estórias sobre o que fazer. Mas nenhum candidato a prefeito desta cidade tinha coragem de explicar porque estava faltando água e nem porque a água que chegava nas torneiras de suas casas era tão ruim.

     O povo também não entendia! Pois, com empregos, como fariam para se refrescar após o trabalho? Com estradas como fariam para receber seus amigos visitantes sem água farta? Como dinheiro e festas como fariam para usar sabonetes e perfumes e então se enamorar? E, tampouco ainda, queriam ir pra um hospital por causa da água ruim e assim ficarem mais tristes!

     Os candidatos para prefeitos da cidade triste porque estavam sem água - falavam, falavam e falavam - mas as pessoas não aplaudiam mais, não brandavam suas bandeiras coloridas, não sorriam e não usavam sabonetes.... e eles, os políticos, continuavam a gritar suas sobre suas obras, suas estradas e seus hospitais.

     As pessoas ouviam músicas, artistas cantando e recebiam camisas com a foto dos candidatos antes das eleições, mas não sorriam.
     Assim, naquela eleição um fato curioso aconteceu: Uma senhora bem velhinha e que tinha sua casa bem pertinho do rio resolveu se candidatar para cuidar da cidade que todos queriam, mas não sabiam que queriam. Ela, esta senhora, morava numa casa de árvores e tinha dois sapos (Golden Mantella), três lagartixas (Geckos), um tamanduá (Myrmeco) e um ouriço (Coendou villosus) ia todas as noites por ali. Era uma senhora muito muito simples, mas não aguentava mais o cheiro ruim do rio e todos os dias via os peixes morrendo e a água secando.

     Ao invés de uma festa e músicas tocando, camisetas com foto e promessas de novos hospitais, a senhora velhina foi de casa em casa, a pé, como era uma pessoa do povo e gostava de todos, mesmo sem conhecê-los pois só vivia no rio, batia a cada porta e dizia que era candidata a prefeitura e apenas ia cuidar da água - para que chegasse farta e boa onde tinha o emprego, para que não destruísse as estradas, para que a água fosse tão boa que todos podiam bebe-la na beira do rio e as crianças não precisassem de hospitais. Queria que a água do rio aumentasse e ia cuidar das árvores para que existisse a chuva, ia cuidar do solo porque ele não poderia ir morar no rio, ia cuidar das casas pois não podiam ser levadas pela chuva.

     Os candidatos ricos não se importaram com a candidatura da velhinha do rio, e até riam dela caminhando no sol, cansada e batendo de porta em porta. Riram tanto que contaram para seus filhos, e seus filhos contaram na escola, que contaram para seus professores.

     Mas os vizinhos da velhinha que moravam perto do rio também foram a cidade e começaram a ir nas portas das casas, foram até os plantadores de alimentos, que foram até os hospitais e explicaram para os médicos que a água estava pouca, que o alimento não era puro, que foram nas portas dos professores que foram ver o rio, que então começaram a entender porque as torneiras estavam ficando escuras.

     A Eleição aconteceu e os candidatos ricos usaram seus carros caros para buscar os moradores de perto do rio, e os plantadores usaram seus cavalos para ir até a cidade, e os professores explicaram para seus filhos, que contaram aos seus colegas na escola, e os sapos coaxavam para os peixes, e os moradores do rio entenderam o que os políticos e suas festas prometiam para as pessoas, e as escolas ricas ficaram vermelhas de vergonha diante das novas perguntas dos seus filhos, e os seus filhos entendiam que nem tudo ou quase nada que seus pais contavam era verdade.

     Na eleição - todos os candidatos ricos esperavam juntos para ver quem ia na festa de quem e combinavam: se eu ganhar você cuidará da saúde e do dinheiro da saúde; o outro candidato respondia: eu sei tudo de saúde e fico feliz, mas acho que sou eu quem vai ganhar e então você vai cuidar do que quiser - o que mesmo você quer?

     Mas nem uma coisa nem outra - a festa foi no rio, toda a cidade foi visitar a velhinha do rio e dizer a ela que havia vencido e ia ser a nova prefeita da cidade e ia cuidar da água que todos tomavam e usavam. Os plantadores disseram a velhinha que iam ajudar a cuidar da água e não queriam dinheiro - apenas poder plantar e colher - os professores disseram que iam ensinar nas suas aulas sobre a água; os filhos disseram que iam querer brincar no rio; os moradores do rio disseram que iam naquele mesmo dia começar a produzir muitas mudas das novas árvores..... e a velhinha do rio beijou cada um dos sapos e agredeceu a todos da pequena floresta perto do rio.

    Os candidatos de sempre, os ricos - tiveram cada um deles um único voto - e marcaram uma reunião para combinar um plano para a velhinha do rio não conseguir cuidar da água. Não acreditavam que a velhinha ia conseguir, pois eles é que sabiam ser políticos e administradores. Mas também não conseguiam mais explicar para os seus filhos sobre a prefeitura da cidade e sobre o que erão seus projetos, nem para os professores, nem para os plantadores, nem para as crianças.


N   o    T     a     S:

- Essa postagem tem referência técnica na Constituição Federal do Brasil, de 1988, que é a Lei maior para nosso país. Ela considera o Município como um ente federativo, com autonomia para planejamento e gerenciamento de pautas em escala local (a cidade) em temas como o Meio Ambiente.

- Defende-se uma linha de pesquisa pautada nos municípios como áreas de planejamento hidrogepolítico - projetos iniciados em 1998; Um dos objetivos do Instituto Projetos Ambientais é estabelecer e integrar equipes de planejamento - sem custos a população - para projetos ambientais locais - em municípios (cidades) - especialmente na Gestão dos Recursos Hídricos.


----------------------------------------------------------------------------- Epílogo

E como ficou a estória da Prefeitura Ambiental?

A velhinha do rio foi eleita para a prefeitura da cidade e os candidatos ricos não acreditaram que as pessoas iam conseguir planejar e gerenciar o uso da água. Pois mesmo acreditavam que as pessoas não precisassem de água - acreditavam que as pessoas só precisavam mesmo era de um grande hospital, de estradas e de dinheiro.

Os políticos que perderam descobriram que aqueles que iam nas suas festas e os aplaudiam aceitavam camisetas e festas; mas precisavam mesmo era de 'águas' com fartura e de boa qualidade e, que, longe deles até votavam mas riam de tudo que eles não faziam - e seus filhos riam dos seus filhos; então os políticos ricos voltaram para a escola para aprender sobre meio ambiente e como proteger a água - diga-se por escola, também, a beira do rio, a falta de chuvas e as mudanças climáticas.

A velhinha apenas fez os políticos ricos assinarem o projeto de cuidar da água, como o primeiro lugar, se não iam pagar pelo crime. E todos os usuários da água e as crianças escreveram juntos o projeto ambiental para as águas da cidade.

A velhinha colocou a primeira etapa do projeto em prática:

- Cada técnico e profissional da prefeitura poderia encaminhar uma proposta de como cuidar das águas - as secretarias de educação, saúde, cultura, obras, planejamento, agricultura - todas elas enviaram projetos que nasciam dos seus conhecimentos técnicos e da sua defesa pela cidade - muitos profissionais, quase todos eles enviaram projetos. A velhinha estudou muitos e muitos dias todos os projetos e escolheu alguns para serem primeiros. Os funcionários das secretarias da prefeitura da cidade ganharam dias na semana para desenvolverem suas ideias e seus projetos para cuidar das águas.

Em muito pouco tempo todos os funcionários da prefeitura estavam trabalhando com aquilo que realmente sabiam, queriam e Acreditavam - e nunca mais a cidade teve problemas com água. As pessoas compraram sabonetes, e muitos perfumes saíram de tantas novas árvores que foram plantadas na cidade.

As crianças e os filhos dos filhos dos candidatos já podiam brincar no rio.
E aprenderam o mais importante: a ter do que sorrir!

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Ass: Prefeitura Ambiental
Onde fica? Rua dos Patriotas, todos os números

Notícia: Acidente ambiental da Hungria é reconhecido como 'muito grave'


                                           Foto: Folha.com, 09/10/10

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, qualificou neste sábado de "muito grave" a situação na represa do reservatório industrial da fábrica de alumínio em Ajka - cujo vazamento espalhou uma maré de lama vermelha tóxica que matou ao menos sete e chegou ao rio Danúbio. É o que cita o Jornal Folha de São Paulo e os principais veículos de mídia.
"A situação é muito grave. Não queremos criar grandes esperanças", resumiu Orbán, em uma improvisada entrevista coletiva na localidade de Ajka, 160 km de Budapeste.
Ao menos 800 habitantes do povoado de Kolontár - o mais afetado pela avalanche tóxica, que é o resultado do refino da bauxita, carregada de metais pesados - foram evacuados para Ajka diante do mal estado de conservação da represa e os riscos de novos acidentes.

O primeiro-ministro indicou que, "no pior dos casos", se a represa de fato sofrer uma nova ruptura, poderia haver um vazamento de cerca de 500 mil litros de lama vermelha, que tem esta cor pela alta concentração de óxido de ferro, mas que carrega ainda arsênio, silício e metais pesados.
O vazamento de 700 mil metros cúbicos já inundou cerca de 40 quilômetros quadrados do sudoeste da Hungria, deixou sete mortos e 150 feridos. Autoridades disseram ontem, contudo, que a concentração de metais pesados no rio Danúbio, atingido na véspera pela lama tóxica, caiu para um nível que não compromete o consumo de sua água -- diante dos temores de que a lama contaminasse o segundo maior rio do continente.

Ainda não se sabe o que causou o vazamento, mas meteorologistas disseram que chuvas de verão pela Europa foram 200% acima do normal, o que poderia ter enfraquecido o reservatório (Jornal Folha de São Paulo, 09/10/10).
Notas:

Quando profissionais do meio ambiente, de forma cautelosa e preocupada, se posicionam sobre a instalação de uma nova indústria em determinada cidade brasileira - - logo vão rotulando "é ambientalista"; são os "ecochatos" -- Não é de extremismos que vivem os ambientalistas. Aliás vamos preparar uma matéria sobre essa denominação preconceituosa a respeito dos  "ambientalistas".

Os profissionais em meio ambiente, estudam e se especializam em questões ambientais, colocando as populações (vidas) no centro destas preocupações - - com o objetivo maior de proteção. Quando se tem perdas civis, qual a explicação? Quanto vale o irreparável dano em desfavor de vidas?

Quando se branda sem aceitar argumentações uma nova indústria ou se aceita sem juízo de valor a impunidade ambiental - se pode estar colando em risco um colapso maior, que qualquer que fosse a geração de empregos ou subserviência política não justificariam. Além dos custos e complexidades em se recuperar áreas impactadas.

Por isso, entender, aceitar e desenvolver um projeto de sustentabilidade se faz uma das causas mais emergentes no nosso país e no planeta. ----- oportunamente um conceito: planejamento vem antes da gestão ambiental.

A máxima 'prevenir é melhor que remediar' nunca esteve tão atual na questão ambiental.
Ajude a divulgar a importância dos projetos ambientais para as empresas e urgência de uma agenda ambiental para as cidades, regiões e estados.

PS: Não deixe de denunciar crimes ambientais e a destruição das florestas brasileiras.

Estruturando um novo projeto ambiental



              Quando se reune em grupos ou mesmo na elaboração de uma ideia própria para ser levada ao grupo, é sempre ponto de partida para um novo projeto ambiental, a realidade que está ao nosso entorno, à nossa volta. A percepção dessa realidade - seja urbana, rural, industrial, florestal, hídrica, jurídica, humana, social, outra, ou ainda integrando temas do meio ambiente - pode se fortalecer como forte referência para a construção de projetos ambientais.

Na  formação de um grupo ou reunindo-se com mais um profissional, é relevante explicitar todos os seus pontos de vista sobre o tema ambiental que deseja objetivar em um novo projeto.
Anotar os pontos de convergência ou de divergência com outros profissionais - é muito importante colocar no papel desde as primeiras ideias. Também vale entender e aceitar que sobre o meio ambiente - o objetivo geral é favorecer sua conservação e proteção. Integrando a esta paisagem de conservação o ecossistema humano, a qualidade de vida das pessoas, o lazer, a biodiversidade e os elementos lúdicos e inspiradores que a natureza oferece; tanto quanto - a sustentação da vida pela substância água. A água é um elemento que permeia os projetos ambientais numa visão sistêmica do mundo.

Por exemplo, a equipe escolhe uma área e coloca como meta desmatar para produzir soja, se o objetivo é um projeto ambiental então se deve preservar as áreas de vegetação acima da mínima, as nascentes, ampliar os limites de vegetação nas nascentes para aumentar a produção de água, adotar as referências legais, habilitar o projeto junto ao órgão ambiental (s), consultar especialistas. Ao invés de projetar a lavoura de soja sem nenhum critério, usando ao máximo a área, indo até a margem do rio ou prejudicando a vegetação de entorno das nascentes. Neste caso não se tem um projeto ambiental, mas sim ausência de um projeto ambiental, indo para a classificação criminal. Aliás, elaborar projetos ambientais é uma deficiência da maioria dos cursos nas universidade brasileiras. Existem poucos profissionais de ponta, e existem profissionais que sequer sabem a definição de meio ambiente. Logo, é preciso estar ciente de que o projeto que se está elaborando é ambiental - em outro caso, poderá ser econômico, estrutural, industrial - menos ambiental. A atualidade remete também aos novos conceitos - o de que qualquer projeto deverá ser sustentado na questão ambiental e na disponibilidade futura de recursos naturais.

A partir disso, você deve alcançar um tema de projeto. Um tema sólido, que pode ser mensurado ou avaliado, analisado, percebido pela linguagem da literatura técnica em meio ambiente. Portanto, uma base mínima de conhecimentos deve estar contida no saber inerente do propositor do projeto ambiental.

Podem ser temas sociais - como o cooperativismo, a agricultura familiar, a educação ambiental ou - temas agrícolas, como a agricultura biológico-dinâmica, a preservação de áreas florestais em integração a produção de grãos, o setor sucro-alcooleiro ou ainda - temas ambientais próprios: como o gerenciamento de usos múltiplos dos recursos hídricos, a fauna do cerrado, a biodiversidade em ambientes aquáticos, os mercados de carbono, a legitimidade do direito ambiental em resposta as medidas de qualidade do solo, da água e do ar. Situando ainda, se o projeto está na esfera do planejamento ou do gerenciamento ambiental. Podendo os temas alcançarem - a gestão ambiental em empresas de papel e celulose, ou outras, a certificação como instrumento de garantia de avaliação de impactos ambientais; existindo uma gama de tópicos de estudos que podem ser desenvolvidos a partir da experiência da região que se terá como base de estudo, a legislação e a combinação das vertentes - técnicas, políticas, comunitárias-sociais-culturais, científicas e temporais.

Estas vertentes são muito importantes para serem localizadas em um novo projeto ambiental.
Devem estar contidas na realidade do projeto e na estrutura metodológica do projeto.
Como serão contempladas e também os critérios que significarão suas respostas.

Outro ponto importante é ter como referências são as representações por - critérios e padrões da qualidade ambiental. Se você tem dúvidas comece sua pesquisa por este ponto: entender a diferença entre padrões e critérios de qualidade ambiental. Quais critérios serão usados no novo projetos, e quais os padrões legais vigentes para a área e de acordo com as vertentes abordadas.

Por estes pontos se poderá definir um objetivo para o projeto ambiental.
Outra definição está na área de estudo usada para o projeto. A equipe em consenso irá pesquisar ou aplicar um projeto ambiental na referência de:
- uma bacia hidrográfica;
- um trecho da bacia hidrográfica;
- pontualmente em um fragmento de vegetação;
- num município;
- numa região estratégica;
- em um empreendimento;
- numa área contígua de agricultura;
- na interface de um município com áreas ambientais ou agrícolas ou industriais;
- ou outras áreas.

É sempre importante integrar a referência de Bacia Hidrográfica. Ou seja o que significa ou significará seu novo projeto na escala da Bacia Hidrográfica. É consenso na literatura clássica, desde Odum em Ecologia até as leis brasileiras de recursos hídricos e de meio ambiente.

Portanto, fica mais fácil a partir destas etapas definir ou redefinir o objetivo ou objetivos.
Estes têm que estar bastante claros e diretos.

Para tanto, se pode iniciar a discussão de que critérios serão usados.
Como serão medidos, ou analisados, caminhando assim para uma estratégia metodológica.
Como serão levantados os dados, que tipos de dados, e como serão integrados.

Caminhos metodológicos estão na estatística, na geografia, na biologia, na engenharia, na geologia, na sociologia - necessariamente não se precisa iniciar com um mega projeto ambiental.
Comece pelo começo, por um ou dois critérios, desde que sejam bem consistentes e que atendam ao objetivo e vertentes estabelecidas.

Programas de suporte a decisão podem por exemplo - isto já pensando em alguma reposta ambiental do projeto, serem manipulados, como a análise multiobjetivo ou análise multicriterial.
Existem famílias de programas nestas classes citadas que estão disponíveis - no entanto devem ser pensandos desde o íncio do projeto, ainda na concepção do objetivo ou objetivos.
Outras formas de respostas estão na própria modelagem ambiental, usando-se a matemática aplicada ou, a estatística, análises de regressão.

Respostas podem também estar na construção de mapas e uso de cartas temáticas, como para  representar os diferentes usos do solo numa bacia hidrográfica. E aqui cabe citar o uso de Sistema de Informações Geográficas - SIGs.
Existe um aparato de tecnologias para cada caso de projeto ambiental, cada tema, cada integração de alvos ambientais na natureza.

Outros pontos importantes:

- as escalas que serão usadas para atender ao objetivo do projeto; em engenharia escala é igual ao desenho no papelo dividido pelo tamanho do desenho real; Esc.=D/R. Vale a pena começar a estudar por aí. Exemplo 1: no caso de qualidade de água, pode se ter escalas nanológicas - micro-escalas. Já que na água as partículas podem estar em tamanhos de micromêtros, ou ainda menores.
Exemplo 2: o deslocamento de uma onça pode ser da ordem de dezenas de quilômetros, então o alvo a ser integrado terá que ter um mapa de resolução melhor que o de uma região de bacia higrográfica.

- a questão temporal também deve estar no projeto - uma indústria vai produzir ou processar tal produto por 20, 50 anos. É importante contemplar no projeto desde a fase de projeto, instalação, até a desativação do empreedimento se for o caso. O que será feito como a área pós-usos, como ficará, quais impactos ambientais e como resolvê-los. O que isso quer dizer é que o projeto ambiental deve ter um delta T - um tempo. Também outras variações do tempo devem ser envolvidas num novo projeto, como variações em descargas de poluição, análise histórica da área pelo tempo ao que deseja implementar um novo projeto.

Estes pontos já são partida para um novo projeto ambiental.
Estamos aqui para alguma orientação.
Tendo uma ideia, uma área de referência, algum critério, escreva e, se quiser, nos mande para ampliar os pontos de vista e a qualidade do novo projeto.


PS: revistameioambiente@hotmail.com